A exposição aborda a história da República desde 1910 até aos nossos dias e a evolução tecnológica dos veículos que estiveram ao serviço dos Presidentes da República Portuguesa.
Esta exposição resulta de uma parceria entre o Museu dos Transportes e Comunicações e o Museu da Presidência da República e oferece ao público a possibilidade de visitar uma das mais importantes coleções de carros do país: os que, ao longo da já centenária República, estiveram ao serviço dos seus Presidentes.
Este projeto é o resultado de uma consciencialização de que as viaturas aqui presentes se constituem como património histórico e proporciona a oportunidade de conhecer a história da República Portuguesa e da instituição presidencial.
A instalação desta exposição no Porto vem também ao encontro do objetivo do Museu da Presidência da República em promover a descentralização da sua atividade, trazendo ao Norte do país, região com grande tradição no colecionismo automóvel, uma parte do seu acervo.
A exposição está estruturada em 3 núcleos:
I. Do hipomóvel aos pioneiros
Com a implantação da República em 1910, os Presidentes, legítimos representantes do Estado, e à semelhança do que acontecia com os monarcas, careciam da disponibilização de meios de transporte para o exercício das suas funções.
O espírito de maior austeridade, subjacente ao jovem regime, impõe, desde logo, restrições e regras para a utilização de carruagens. Ao Presidente do Governo Provisório é cedida uma carruagem herdada da Casa Real onde é aposta a esfera armilar. Só mais tarde, depois de instalada a Presidência da República no Palácio de Belém, é criado o serviço de Equipagens e constituída uma pequena frota de viaturas hipomóveis para o serviço do Presidente.
É justamente nesta época que o automóvel vai progressivamente ganhando importância e conquistando as ruas e estradas do país. As vias de comunicação ganham novo impulso durante a I República. A par da linha férrea, também o mapa das estradas se alarga e estende a todo o território. O automóvel torna-se o motor da República, reservando-se às viaturas hipomóveis predominantemente o serviço protocolar e oficial.
II. O Estado Novo e as viaturas de aparato
Em 1926, o golpe militar de 28 de maio vem instaurar uma Ditadura Militar, seguindo-se um período de agitação social que se estende até 1928, ficando no poder a fação liderada por Óscar Carmona. No entanto, as vicissitudes da vida política acabariam por conduzir à concentração de poderes na pessoa do Presidente do Conselho, Oliveira Salazar, ficando o Presidente da República confinado a funções de representação. O facto de Óscar Carmona ter optado por residir no Palácio da Cidadela, em Cascais, levou à aquisição de novas viaturas, designadamente automóveis Packard, sendo que um deles foi colocado especificamente ao serviço da Primeira-Dama, Maria do Carmo Carmona. Durante toda a década de 1940 foram esses os automóveis mais utilizados por Óscar Carmona.
III. A Democratização das Viaturas Presidenciais
O novo regime democrático trouxe profundas alterações ao parque automóvel da Presidência da República, com automóveis de menor aparato, mais velozes e seguros e maior sobriedade.
Ao Presidente da República passam, em regra, a ser atribuídas duas viaturas, sendo que, havendo duplicação de mandato, os mesmos carros são utilizados até ao termo da magistratura.
Em termos simbólicos e funcionais o papel do automóvel associado à instituição presidencial tem sofrido alterações ao longo da história. De meio de transporte revolucionário, no início do século XX, o automóvel transformou-se, durante o período do Estado Novo, em forma de distinção e dignificação da figura do Presidente da República. O desenvolvimento tecnológico atingido no final do século XX, bem como a gradual alteração da forma de exercício do cargo de Presidente da República, dão primazia ao conforto, segurança, rapidez, economia e sobriedade, atributos assegurados pelas atuais berlinas dos grandes construtores automóveis.
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