Museu dos Transportes e Comunicações

Eneida de Virgílio

Destaque do mês de fevereiro da Biblioteca da Alfândega do Porto

7 de fevereiro, 2025
Eneida de Virgílio
Publio Virgílio Maro (n. Cisalpina, 15 de outubro de 70 a. c.; f. Brundísio, 21 de setembro de 19 a.c.), foi um poeta romano, autor de três obras clássicas: as Éclogas ou Bucólicas (poema pastoril), as Geórgicas (poema agrícola) e a Eneida.
Eneida (Aeneis em latim) é um poema épico latino, escrito no século I a.c., e publicado postumamente em 19 a.c. Esta monografia foi redigida ao longo de doze anos, por encomenda do Imperador Augusto, que pretendia um poema épico que evocasse a glória e o poder do Império Romano.

Um poema que rivalizasse, e quiçá superasse Homero, em que se abordasse a grandeza de César Augusto. Assim, Virgílio elaborou o texto que para além de ser um trabalho linguístico e poético, era principalmente um texto de propaganda política.

A narrativa evoca a saga do guerreiro Eneias, um troiano que é salvo dos gregos em Troia, e viaja errante pelo Mediterrâneo até chegar à península Itálica onde se tornou o antepassado do povo romano. Esta obra tinha como objetivo dar aos romanos uma ascendência não grega, definindo a cultura latina como original e não descendente da cultura helénica.

Muitos dos episódios na Eneida, narram um tempo mítico e têm uma correspondência síncrona com a atualidade de Augusto. Por exemplo, o escudo de Eneias simboliza a Batalha de Áccio, quando Otaviano derrotou Marco António em 31 a.c. e a previsão de Anquises, no Hades, sobre as glórias de Marcelo, filho de Otávia, irmã do imperador.

A obra estava “completa”, mas ainda não estava "pronta". Virgílio gostaria ainda de visitar os lugares que apareciam no poema e rever os versos dos cantos finais. Mas adoeceu e, às portas da morte, pediu a dois amigos que queimassem a obra por não estar ainda "perfeita". O grande poema, já era conhecido de alguns amigos e não foi destruído.
Eneida de Virgílio