Museu dos Transportes e Comunicações

Objetos & Memórias

Lanterna usada em embarcações

7 de abril, 2020
Lanterna usada em embarcações. D.2006.2.333
Lanterna usada em embarcações. D.2006.2.333 |Produzida, na Alemanha, por J.H. Peters&Bey provavelmente entre as décadas de 20 e 40 do século XX
Composta por cobre e latão, a lanterna, produzida na cidade alemã de Hamburgo, possui lentes fresnel e foi utilizada em embarcações no porto de Lisboa.

A luz do fogo que iluminava e aquecia os homens das cavernas tornou-se imprescindível na orientação dos navegadores de todos os tempos. (...)
O sol, a lua, as estrelas, as fogueiras e faróis nas zonas costeiras, o relógio de sol, as lanternas foram essenciais para o alargamento dos horizontes, para a descoberta do outro, de novos produtos, de novas culturas. A par do sol outras luzes ganharam, entretanto, enorme relevância no quotidiano de todos nós. Como exemplo temos os lasers que permitem as leituras dos códigos nos supermercados ou as mais modernas cirurgias oftalmológicas.

É sob o signo da luz que o Museu destaca uma Lanterna incorporada na coleção aduaneira, instrumento que permitia iluminar algumas das tarefas associadas à navegação e ao transporte de mercadorias. Segundo inscrição na parte superior da lanterna esta foi produzida por J.H.Peters&Bey.

Fundada em 1881, na cidade alemã de Hamburgo, a empresa J.H.Peters&Bey, é atualmente gerida pela 4ª geração da família seguindo sempre o mote “Clientes Satisfeitos é o nosso objetivo”. Originalmente atuava no negócio do fornecimento de folhas metálicas e cozinhas de bordo para a marinha no porto de Hamburgo. Atualmente a empresa continua a disponibilizar de um vasto portfolio de serviços para navegação. De modo a contribuir para o reforço da segurança no mar a J.H.Peters&Bey começou, há mais de 125 anos, a desenhar e manufaturar luzes para navegação mantendo sempre elevados padrões de qualidade e inovação.

A lanterna em destaque é composta por cobre e latão, possui lentes fresnel e deverá ter sido produzida entre as décadas de 20 e 40 do século XX. Tendo sido utilizada em embarcações no porto de Lisboa integra o acervo da Alfândega de Lisboa o qual, em conjunto com o acervo da Alfândega do Porto, ilustra a história das Alfândegas e da sua relação privilegiada com a cidade do Porto na exposição “Metamorfose de um Lugar: Museu das Alfândegas”.

Exposição patente num espaço nobre do segundo piso do Edifício da Alfândega Nova do Porto, com forte ligação visual ao Douro ilustra, através de peças de mobiliário, instrumentos de trabalho, fardamentos, imagens e documentos bibliográficos diversos, as memórias das rotinas, dos sons, e das vivências de outros tempos, os tempos em que o negócio se legitimava pelo poder da imposição do selo.

Edifício elegante, sólido e com boas condições de ar e luz, a Alfândega Nova do Porto passou, pela sua localização e dimensões, a condicionar a exposição de Miragaia à luz solar e a cumprir todos os trâmites do despacho das mercadorias zelando pelo cumprimento de todo o sistema legal aduaneiro. Pelas suas portas chegaram as novas tecnologias e maquinarias elétricas que permitiriam o rápido desenvolvimento das comunicações e dos transportes dos portuenses como ficou patente na 1ª experiência com o telégrafo, em 1853, entre a Associação Comercial do Porto e a Associação Industrial da mesma cidade ou a introdução da tração elétrica em 1895.


Ficha Técnica
Lanterna usada em embarcações. D.2006.2.333
Produzida, na Alemanha, por J.H. Peters&Bey provavelmente entre as décadas de 20 e 40 do século XX.